Estudo apresentado na AAOS Meeting 2012 identifica fatores preditivos da síndrome do compartimento. Os principais fatores são: gravidade e desvio (deslocamento) entre os a tibia e o fêmur na fraturas do platô Tibial.
Conclusão: o deslocamento do fêmur em ambos os sentidos lateral e medial ( >10%), bem como a gravidade da fratura ( Shatzker IV, V e VI), foram fortemente preditivas de síndrome de compartimento," e isso possibilita ao médico outro método para determinar a quantidade de tecidos moles lesados: O Índice de deslocamento látero-Lateral Fêmur Tíbia (figura 2).
Dr. Marcos Britto da Silva
Ortopedista, Traumatologista e Médico do Esporte
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
atualizado em 12/02/2012
Leia os outros Artigos publicados sobre as novidades apresentadas no Congresso da AAOS - 2012
A Síndrome compartimental é uma condição séria, grave e difícil de diagnosticar. Os cirurgiões ortopédicos tinham como principais métodos a avaliação clínica e a aferição da pressão intra compartimental.
Os dados do estudo apresentado dia 10 de fevereiro de 2012 no Anual Meeting da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos indicam que o deslocamento lateral e medial do fêmur e gravidade da fratura são fortes preditores de síndrome compartimental, nas fraturas do planalto tibial.
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Fig. 1 - Fratura do Platô Tibial Índice de Alargamento Tibial Foto do Artigo de Bruce Ziran |
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Fig. 2 Índice de deslocamento Látero-Lateral Fêmur Tíbia Foto do Artigo de Bruce Ziran |
Os Autores do Trabalho Dr. Becher e Bruce Ziran, MD, realizaram uma análise retrospectiva de 240 pacientes com fraturas do planalto tibial que tinham sido tratados em uma única instituição entre fevereiro de 2006 e setembro de 2010. Eles identificaram 159 pacientes (162 fraturas), cujo eixo proximal do fêmur e da tíbia distal do eixo estavam intactos e bem visualizado em radiografias ântero-posterior (AP)
A maioria das lesões (42 por cento) foram o resultado de colisões de veículos a motor. A coorte foi dividida em dois grupos: fraturas do planalto tibial com síndrome de compartimento (n = 18; 13 homens, 5 mulheres, com idade média = 42 anos) fraturas do planalto tibial sem síndrome compartimental (n = 141; 84 homens, 57 mulheres, com idade média = 48 anos) Usando as radiografias e avaliando o índice de deslocamento no AP, os autores mediram o alargamento da tíbia ao nível da articulação, calculado como uma relação entre a largura do fémur em relação a largura da tíbia (Fig. 1); e o deslocamento medial do fémur em relação à tíbia, calculado como a razão do deslocamento no longo eixo femoral em relação ao longo eixo da tíbia (Fig. 2) Avaliaram também a gravidade da fratura em ambos os grupos.
Para explicar as diferenças de tamanho e ampliação, a largura intacta da região condilar femoral serviu como parâmetro de normatização. Os investigadores idealizaram a hipótese de que o risco de síndroma de compartimento seria aumentada quando o fémur estivesse deslocado em relação à tíbia, e houvesse um maior alargamento tibial levando a mudança da arquitetura vascular.
Eles também avaliaram parâmetros clássicos de gravidade em radiografias, incluindo a classificação de Schatzker.
Schatzker é um sistema de classificação que avalia a gravidade das fraturas do planalto tibial nos seguintes seis tipos:
- Tipo I divisão do platô tibial lateral sem depressão do planalto tibial lateral
- Tipo II divisão-e depressão do planalto tibial lateral
- Tipo III depressão isolada do planalto tibial lateral
- Tipo IV depressão do planalto tibial medial
- Tipo V bicondilar
- Tipo VI fratura Bicondilar com dissociação diáfise metáfise
Resultados: A análise multivariada revelou uma maior taxa de deslocamento do fêmur (maior que 10%, P = 0,004) e maior grau na classificação de Schatzker (IV-VI, P = 0,031) estavam fortemente associadas à síndrome de compartimento. O alargamento tibial foi menos significante como preditor de síndrome compartimental.
Dr. Marcos Britto da Silva
Ortopedista, Traumatologista e Médico do Esporte
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
atualizado em 12/02/2012
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