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Channel: Dr. Marcos Britto da Silva, MD, MSc Ortopedista Traumatologia Esportiva
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Pseudartrose Causas e sintomas

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Será que o meu osso irá colar ?

Essa é uma das perguntar mais frequentes no consultório. A resposta é: provavelmente sim. O processo natural de consolidação está presente em todos os indivíduos sadios. Se você não atrapalhar provavelmente seu osso irá colar. Quando não ocorre a consolidação a doença se chama Pseudartrose

O que é a pseudartrose?

A pseudartrose é a não consolidação do osso. Pode surgir uma neo articulação com movimento anormal no meio do osso e a isso chamamos de falsa articulação.   Isso ocorre devido à cicatrização inadequada na região da fratura. O termo é derivado de "pseudo" que em grego, que significa "falso" e "artros", que significa "articulação". Assim, pode ser tomado literalmente como uma "falsa articulação" e também é sinônimo dos termos " não união ou não consolidação. "Em essência, significa que o osso não colou ". 

Quais as causas da pseudartrose?

A consolidação de uma fratura é um processo biológico natural que requer, cálcio, vitamina D, uma boa vascularização no local da fratura além de tecidos e partes moles cobrindo o osso. Esses tecidos levam sangue e oxigênio até o local da fratura. O osso é uma estrutura viva e para cicatrizar precisa também de proteínas e sais minerais. Uma boa alimentação é fundamental no processo de consolidação. O habito de fumar atrapalha a vascularização e o cigarro está diretamente associado a pseudartrose. Para que ocorra cicatrização os fragmentos ósseos devem estar quase completamente imóveis. Essa é a função do gesso e nos casos de cirurgia da colocação de placas e hastes intramedulares.

Porque colocamos placas e hastes intramedulares para tratar uma fratura ?

As placas e hastes intramedulares são chamados materiais de implante para osteossíntese. A sua função e deixar o osso estável ( parado ) para que o processo de consolidação ocorra naturalmente.

Como avaliamos a presença de uma pseudartrose?

Quando necessário, os exames raios-x simples e tomografias podem ser usados para determinar se ocorreu a consolidação da fratura. A interrupção do processo de formação de calo ósseo em radiografias seriadas determina a parada do processo de cicatrização e isso caracteriza a pseudartrose. Quando esse processo continua ocorrendo porém está lento dizemos que está ocorrendo um retardo ( atraso ) no processo de consolidação.

Existe mais de um tipo e pseudartrose ? 

Sim, Basicamente 2 tipos.

Pseudartrose atrófica 


Faltam substratos orgânicos e/ou  a vascularização está prejudicada na região. Nesses casos a formação de calo ósseo é pobre. A infecção também atrapalha a consolidação. Pode ser chamada de pseudartrose em ponta de lápis.  Com o passar do tempo a placa vai se soltando do osso.

Pseudartrose hipertrófica

O processo de consolidação está prejudicado pelo excesso de movimento porém surgir calo ósseo,  não faltam substratos e a vascularização está normal na região. Ocorre abundante formação de calo ósseo porém o osso não cola por excesso de movimento que vai quebrando o osso neo formado.
Como tratar a pseudartrose ?
Para tratar adequadamente a pseudartrose devemos determinar o que provocou a interrupção do processo de cicatrização do osso. Nesse momento fazemos algumas perguntas

  • Os substratos orgânicos para a consolidação estão presentes? 
  • A alimentação está normal?
  • O paciente tem carência de vitamina D?
  • O paciente toma sol?
  • O paciente tem alguma doença sistêmica que provoque alteração na vascularização como o diabetes?
  • As doenças sistêmicas estão controladas?
  • Esse paciente fez o repouso preconizado pelo ortopedista ?
  • A osteossíntese está estável?
  • o paciente tem alguma doença óssea como a osteoporose ou osteopenia?
  • O paciente tem alguma doença congênita que atrapalhe a consolidação?
  • o paciente tem alguma síndrome disabsortiva ou diarreia crônica/
  • Esse paciente fez cirurgia bariátrica que provoca disabsorção ?
Após a identificação das causas realizamos um planejamento visando corrigir essas causas e dessa maneira promover a consolidação da fratura. Em alguns casos pode ser necessário a realização de um novo tratamento cirúrgico com a colocação de outra placa, haste, fixador externo ou enxerto ósseo. 
Resumidamente quando há excesso de movimento estabilizamos a fratura. Quando há falta de substratos melhoramos a vascularização na região e colocamos enxertos ósseos.
Dr Marcos Britto da Silva
Ortopedista, Medicina do Esporte
Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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